Num mundo em mudança contínua como o atual, a maior parte dos desafios não têm precedentes. Hoje, as empresas líderes encontram as melhores pistas aplicando técnicas de análise automatizada baseadas em inteligência artificial sobre enormes volumes de dados. Este estudo é um exemplo de como a LLYC aposta em aplicar estas tecnologias de Data Analytics à análise e ao estudo da informação em todos os seus processos de consultoria de comunicação, AP e Marketing.
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APROXIMAÇÃO METODOLÓGICA
O QUE ENTENDEMOS POR UM LÍDER E COMO ANALISAMOS O SEU POTENCIAL?
Quem pode ser líder? A liderança transformacional como base
Os académicos americanos Bruce Avolio e Bernard Bass introduziram o conceito da liderança transformacional em 1991. Com base nisto, e em conjunto com as teorias da liderança do modelo FRLM (Full Range Leadership Model), os nas suas Future Leaders identificados e analisados neste estudo foram selecionados tendo em consideração o seu potencial desenvolvimento como líderes transformacionais.
Ou seja, metodologicamente, partiu-se de três critérios básicos: a posse de um propósito, o seu potencial mobilizador e, por fim, a sua capacidade de influência.
Fundamentos metodológicos: como prever a personalidade, os valores e as necessidades dos líderes
Baseado na Trait Theory (Teoria dos Traços), este relatório está centrado no modelo psicométrico Big Five. Este padrão examina a estrutura da personalidade a partir de cinco dimensões ou traços e, por sua vez, cada um deles em facetas:
Técnicas e modelos psicométricos utilizados
O presente estudo obtém uma parte das suas conclusões no modelo Big Five de análise da personalidade, para esmiuçar as características dos nossos Future Leaders, utilizámos também outras técnicas que destacamos abaixo:
- Big Five [Análise de traços]. É o modelo psicométrico utilizado mais amplamente pela academia para descrever como uma pessoa se relaciona com o mundo. Estrutura os traços em cinco dimensões (traits) da personalidade e cada dimensão em facetas (facets). Em relação ao número e detalhe das facetas, existem vários modelos de entre 10 e 30, com as suas vantagens e desvantagens, que continuam a ser amplamente debatidos hoje em dia.
- LiWC [Análise morfológica]. James W. Pennebaker, professor de Psicologia da Universidade de Texas e membro da Academy of Distinguised Teachers, é uma das figuras mais relevantes do estudo da relação entre o uso da linguagem natural e o comportamento social. Em meados da década de 90, desenvolve o modelo LiWC (Linguistic Inquiry and Word Count). Trata-se de um modelo de análise de texto computorizado que gera a percentagem de palavras num texto dado que caem em diferentes categorias linguísticas, psicológicas e tópicas. Baseia-se em investigações prévias que estabelecem fortes laços entre os padrões linguísticos e a personalidade ou o estado psicológico, mas torna possível resultados muito mais detalhados que as contagens manuais. Pennebaker e os associados utilizaram esta ferramenta para analisar a linguagem dos líderes da Al Qaeda e dos candidatos políticos, particularmente nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em 2008.
- Semantic Models [Análise semântica]. Existe um bom número de modelos psicométricos que utilizam como base de referência a dimensão semântica da linguagem utilizada pelas pessoas objeto de estudo. No nosso caso, utilizaremos técnicas NLP (Natural Language Processing) e análise computacional de frequência para identificar os principais contrastes que os nossos Future Leaders mostram.
Modelo de liderança utilizado
O nosso trabalho trata e analisa o fenómeno da liderança segundo o modelo FRLM (Full Range Leaership Model). O FRLM é uma teoria de liderança geral que se centra no comportamento dos líderes face à força operativa em diferentes situações. Bruce Avolio e Bernard Bass introduziram, em 1991, o conceito de três estilos de liderança distintos: transacional, transformacional e laissez-faire.
Modelo de análise e processo tecnológico
Baseamos as nossas conclusões na análise dos traços psicológicos mais destacados de 120 Future Leaders, de 12 países ibero-americanos. Com o objetivo de proporcionar um ponto de contraste, desenvolveu-se o mesmo processo com uma lista de 16 líderes consolidados atuais do mesmo âmbito geográfico e idiomático (castelhano e português). O modelo de análise constou das seguintes etapas:
- Identificação e seleção de Future Leaders e de líderes atuais.
- Enriquecimento de dados semente. Uma das tarefas fundamentais desta etapa consistia na identificação de fontes digitais abertas na qual tínhamos disponíveis transcrições ou textos diretamente gerados pelos líderes: perfis em redes sociais (Twitter e Instagram, fundamentalmente), discursos em vídeo (YouTube, Vimeo, TED), entrevistas em vídeo (YouTube), entrevistas textuais (imprensa e revistas digitais), etc. Como os métodos de análise da personalidade baseiam-se na análise da linguagem utilizada pelas pessoas objeto de estudo, foi fundamental encontrar volume de linguagem suficiente gerado pelos nossos líderes.
- Extração e recuperação de amostras de linguagem a partir das sementes.
- Análise computacional-psicométrica das amostras da linguagem.
Componentes tecnológicos utilizados
Para a implementação técnica do modelo anterior, foram utilizados os seguintes componentes tecnológicos:
- API da IBM Personality Insights. Oferece acesso a um serviço de extração de traços de personalidade psicológicos, necessidades e valores com base no Big Five. É um serviço baseado em Machine Learning sobre datasets de entrevistas utilizadas pela academia para medir os traços de personalidade do Big Five.
- Scripts Python à medida para a implementação de múltiplas funções de recolha e processamento de informação:
- Recolha de dados do Twitter.
- Análise de dados basados no Pandas.
- Processamento NLP com SpaCy.
- Node.js e Puppeteer para o scrapping de textos provenientes de fontes abertas sem API estabelecida.